Tem Samba acústico na Lapa! Na sede de trazer novamente à Lapa o Samba como foi inventado, na voz, na palma, no coro e na raça, é que se criou o Samba Na Lapa!
A nossa segunda edição será no dia 17 de setembro, isso mesmo no domingo e contará com músicos da Nova Geração e alguns que já tem muita história pra contar.
O repertório?
A Roda Acústica nos traz possibilidades além do mecânico e do ensaiado, então passearemos por onde quisermos, segundo o tema, o clima ou a vontade no momento. Vamos de Ismael a Pagodinho e de Dicró a João da Baiana sem medo de sermos felizes.
A comida?
A parte gastronômica ficará por conta da Chef Dandara Batista, que servirá sua já famosa feijoada.
Fora só isso tudo, vocês estarão num dos espaços mais charmosos de toda a região central, no Caipi Hostel 373.
Você vai perder? Duvido demais!
Ahhhh, se souber tocar um pandeiro, uma caixa de fósforo ou até um ovinho chocalho, leva pra ajudar a gente, tá?!
Serviço:
Couvert artístico: R$15,00 (pagamento em dinheiro na entrada)
Feijoada à parte valor R$25,00
Endereço: Av. Gomes Freire, 373 - Lapa - Rio de Janeiro.
Zona Norte - Baixada - Centro - Zona Sul - Carioca
O Jornal da Rádio Viva o Samba tem o imenso prazer em abrir a seção de entrevista com uma pessoa que muito nos identificamos e admiramos, pelo trabalho que ela faz pelo Samba a muito tempo.
Recebemos nesta primeira entrevista do Jornal da Rádio Viva o Samba, Antonio Galante ou melhor Tuninho Galante, cantor, compositor. violonista, produtor e arranjador.
"Nasceu no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro e a partir dos 10 anos de idade mudou-se com a família para o bairro de Miguel Couto, em Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense.
Começo a aprender violão aos 14 anos.
Fundador do selo musical Galante Discos (Cedro Rosa), pelo qual lançou vários discos, entre os quais o da pandeirista, compositora e cantora Clarice Magalhães.
Compôs as trilhas sonoras dos filmes "Segunda Guerra no Brasil", do diretor Luiz Moura Brasil e "Panair do Brasil", dirigido por Marco Altbert."
fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira ( http://www.dicionariompb.com.br/tuninho-galante/biografia )
JRVS - Olá Antonio Galante! Ou melhor Tuninho Galante.
É um um grande prazer abrir a seção de entrevistas do Jornal da Rádio Viva o Samba com você,
que muito nos identificamos pelo trabalho que faz pelo samba.
TG
- Um grande prazer estar em tão boa companhia.
JRVS - Então vamos as questões...Quem é Tuninho Galante?
TG
- Tuninho Galante é um apaixonado por música e cultura brasileira, esse caos
organizado chamado Brasil, repleto de tanta contradição, mas igualmente de tantas
oportunidades, formado por um povo tão criativo.
JRVS - A música cria várias alternativas para quem tem o dom de compor,
no seu caso como surgem as composições?
TG
- Eu faço música de qualquer jeito, no violão, na rua, escrevendo em pedaço de
papel, ultimamente utilizando programas de computador de escrever partitura
também. Adoro compor por encomenda, escolho alguns temas, converso com meu
parceiro Marceu Vieira pela internet, enfim, tudo é motivo pra fazer música.
JRVS - Quais as influências para a relação "Tuninho e o Samba"?
TG
- Nunca tinha pensado nisso até a pergunta. Ao invés de falar de influências,
vou falar de artistas que ouço desde que era pequeno e gostava muito, na área
de samba. Ataulfo Alves, adorava. Ary Barroso, ídem. Depois vieram João Nogueira,
com quem vim a trabalhar, Paulinho da Viola e Herminio Bello de Carvalho, este
com quem vim a compor também. E aquela geracão de Chico Buarque, Milton,
Caetano, Chico, etc, além de Tom Jobim. Mas tenho paixão por Villa Lobos,
Haroldo Barbosa, Baden Powell (com quem também vim a trabalhar), Nelson
Cavaquinho, Cartola, Romildo e Toninho Nascimento, Noel Rosa, Ismael Silva,
sensacional. Ollha, a lista é enorme.
JRVS - Com os recursos da tecnologia envolvendo os meios de comunicação,
o que você espera para o futuro da nossa música?
TG
- Sou muito otimista, acho que quanto mais recursos, melhor, principalmente no
sentido das possibilidades de execução pública, com rádios on line, mídias
alternativas em locais públicos, telefones, etc.
JRVS - A opinião da RVS é que as oportunidades nos meios de comunicação
poderiam ser melhores se bem aproveitados os talentos, os horários e o conteúdo
apresentado.Você vem numa longa batalha contribuindo para a nossa música. Como
você vê hoje o trabalho das rádios e TV's ?
TG
- A TV virou o túmulo da música, logo ela que era impulsionada pela música.
Grandes músicos já tiveram programas de TV, como Tom Jobim, João Roberto Kelly,
Jair Rodrigues, Ivan Lins, etc. Hoje em dia raros programas de música ao ar de
madrugada, virou um grande deserto. A rádio comercial toca as mesmas músicas
por interesses comerciais que nem quero falar, não existem programas que
valorizem a produção autoral, é uma pena. Mas a vida se renova, as vezes é
preciso que se vá ao fundo do poço para uma volta e uma reinvenção.
JRVS - Vamos falar um pouco do seu seu trabalho e projetos? Fique a
vontade para descrvê-las.
TG
- Inúmeros projetos, que estou tentando viabilizar financeiramente, através de
programas de incentivo. Temos, Marceu Vieira e eu, o musical SINFONIA DA VIDA A
DOIS aprovado, para ser montado esse ano. É um musical brasileiro, que fala da
vida de um casal, com músicas inéditas, muitos sambas, naturalmente. Pretendo
também fazer o segundo Cd Edição do Autor, com Marceu e outros convidados.
Tenho projetos instrumentais bem adiantados, ligados a violão acústico e
guitarra elétrica como solistas. Estou finalizando uma série de quarteto de
cordas, com música brasileira instrumental. Terminamos o filme PARTIDEIROS, que
estreamos no Festival do Rio em 2012 e estamos preparando o lançamento
comercial para este ano.
JRVS - Suas produções musicais:
TG
- As últimas produções musicais são os CDs CLARICE MAGALHÃES, o CD RODA DE
SAMBA DE PARTIDO ALTO (que também é o filme PARTIDEIROS), e o CD Edição do
Autor, todos lançados pela gravadora e produtora CEDRO ROSA.
JRVS - Com os contatos que a Rádio Viva o Samba faz nas redes sociais, certificamos que
a nossa música é apreciada e reverenciada em vários continentes. Você acha que
falta informação para o nosso povo conhecer mais a nossa cultura?
TG
- EU fico impressionado com isso. Os acessos ao meu blog (tuninhogalante.blogspot.com.br) são mais dos
exterior do que do Brasil. O interesse dos estrangeiros pela música contemporânea
brasileira independente é impressionante. E no Brasil, diria que existe quase
que um desprezo. Não entendo isso. Mas não paro de trabalhar, não desisto, vou
em frente.
Mas
fico um pouco triste com isso.
JRVS - É reduntante perguntar. Mas você é a favor do ensino de música nas
escolas? Colocaria alguma sugestão?
TG
- Evidente que sim, mas com cuidado, partindo de coisas interessantes, de
músicas que os estudantes gostem para o lado teórico. Senão vai ficar chato.
JRVS - Hoje no Rio de Janeiro o bairro da Lapa é o núcleo de um encontro
de culturas diversas, mas sabendo que você foi criado na baixada fluminense,
fale um pouco sobre o desenvolvimento nesta área.
TG
- Passei dos 5 aos 20 anos na Baixada Fluminense, em Miguel Couto e Nova
Iguaçu. Ali foi minha base cultural, adorei, uma época muito rica. Quando me
lembro que meu primeiro show, em Nova Iguaçu, que se chamava "COM A CARA E
A CORAGEM" e fiz com meu parceiro na época, o Antonio Rocha, e que deu
mais de mil pessoas, no auditório do Instituto de Educação, com chamada na
novela e no jornal Nacional da TV Globo, custo a acreditar. Era um momento de
grande efervescência cultural. Quando vim para o Rio, trouxe muita daquela elan
comigo. Sou muito agradecido a infância e juventude que tive.
JRVS - O seu lado social é muito presente. Nos fale sobre o Embaixada do
Samba.
TG
- Foi o primeiro disco de minha primeira gravadora, que se chamava Galante
Discos. Isso, em 1990. E era uma forma de agradecer a Baixada Fluminense pela
minha formação humana e cultural. Como eu tinha saído de lá e já tinha uma boa
bagagem profissional, achei que seria legal fazer um disco dedicado aos grandes
valores daquele lugar de grandes talentos. Adoro o disco até hoje. Um dia
desses, vi um a venda num desses sebos virtuais por uma fortuna. Virou
cult.
JRVS - Tuninho Galante, muito nos honra ter você como parceiro e saber que
é uma semente que cultua e respeita o Samba. Obrigado por esta participação, as
portas da Rádio Viva o Samba estarão sempre abertas para o seu trabalho.
Deixe um recado agora para os amigos leitores e ouvintes da Rádio Viva o
Samba.
TG
- Continuem a prestigiar a Rádio Viva o Samba, não se dêem por satisfeitos com
a programação medíocre que outros veículos comerciais oferecem. Duvidem sempre
da mesmice e fiquem atentos aos novos talentos. Sempre que puderem, divulguem
em todos os meios a Rádio Viva o Samba.
Brasileiro da Gema de Tuninho Galante e Marceu Vieira Brasileiro da Gema é um hino de amor ao Rio de Janeiro. Fala do espírito carioca através de situações, músicas, blocos carnavalescos e ícones da cidade. Esta gravação faz parte do Cd Edição do Autor, de Tuninho Galante e Marceu Vieira, lançado pela Cedro Rosa.